quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Deslocados e refugiados do Iraque


Hoje, o PÚBLICO publicou este gráfico no papel. O autor, Joaquim Guerreiro, é um dos infográficos do jornal. Eu gosto e acho que o jornal tem de fazer mais coisas destas, apesar disso, há sempre alguma resistência à mudança e às formas a que nos habituámos a ver representadas comparações, principalmente de números. Também acho que é possível repensar este gráfico e encontrar variações, igualmente boas, na forma de transmitir a mesma informação.
Alguém quer comentar?

5 comentários:

quinta.pata.do.gato disse...

É o tipo de gráfico susceptível de levantar polémica, mesmo num jornal como o Público.
Ao ver este gráfico algumas pessoas tem tendência a "pedir" um mapa ou até mesmo um simples gráfico de barras. Tem a ver com a forma tradicional de ler jornais e com pouca ginástica visual/gráfica na leitura de imagens.

Eu acho a leitura clara e obvia com a vantagem de criar um espaço diferente num jornal que tem o design como ponto de referência.

Zzz disse...

Depois de um curto questionário a um pequeno grupo de pessoas,fiquei sem dúvidas... a maioria das pessoas não apercebe da referência geográfica dada quase subliminarmente ao gráfico. No entanto, parece-me que o principal objectivo do gráfico foi garantido de uma forma gráfica diferente. Exemplo a continuar!!!

Unknown disse...

O gráfico para tem vários problemas: a cor: paleta mal escolhida para o tema em causa.
a(s) forma(s): ao falar-se geográficamente os mapas não são um cliche, são boas âncoras. Depois se a informação é de alguma forma hierarquizada a forma escolhida não ajuda pois a leitura é pouco linear. A acrescentar a isto o layout em geral podia ter ido buscar outros motivos (passaportes, imagens estilizadas da guerra, etc.). Mesmo percebendo que muitas vezes as fontes tratam estes números assim mesmo (como números) o trabalho do gráfico é também esse: interpretar e explicar: o gráfico é demasiado "clean" para o que se estava a tratar.

zapum disse...

acho que este grafico é uma "pedrada no charco"....novo, diferente do habitual...só isso ja chama a atenção.

mas o que não concordo mesmo nada é o enquadramento do grafico com as colunas de txt...embora não seja adepto de paginações de txt com formas (curandel?) acho que neste caso era capaz de funcionar muito bem.
mas tb concordo que embora goste das cores, não são as mais adquadas ao assunto.

minha modesta opinião.

;)

z.

quinta.pata.do.gato disse...

Viva caros!

Antes de tudo fico satisfeito por algumas pessoas terem reparado que existe uma referencia geográfica, embora de uma forma um tanto ou quanto implícita. Significa que o leitor do Público pensa e interpreta a infografia, não se limitando a "ler as letras".

Em relação à cor, não vejo motivos para abandonar a paleta de cores do Público neste caso em particular. Nem consigo imaginar uma gama de cores que se possa adaptar de forma especial a um gráfico sobre deslocados.

É verdade que mapas não são (na maioria das vezes) um cliché, pelo contrário, são extremamente úteis. Mas neste caso foi opção minha não usar mapas. Não creio que seja necessário. O objectivo aqui é apenas mostrar de forma clara o número de deslocados e a direcção para a qual se dirigiram. Acreditem que temos dezenas de mapas do Iraque, inúmeras imagens de guerra e fotografias que nunca mais acabam, que poderiam ter sido distribuídos pelo gráfico.... mas para que isto tudo se o objectivo é apenas mostrar o que o gráfico mostra? Será que uma imagem de um passaporte ou de um tanque ajudaria na leitura do número de deslocados? Não creio.

Eu também acredito que o trabalho do infografista passa por interpretar e explicar, com o objectivo principal de fazer passar a mensagem, mas o ruído que não acrescenta informação não passa disso mesmo. De ruído.

Em relação ao curandel... por acaso também não sou grande adepto, embora seja usado se assim o entendermos, e para falar a verdade nem pensei nisso neste caso em particular. Gosto de ver o branco, embora reconheça que, eventualmente, o curandel poderia resultar se a mancha de texto não fosse tão pequena.

Grato pelas sugestões!