terça-feira, 12 de agosto de 2008

Animar porquê? - parte 1


Porque é mais fácil entender a informação se esta tiver movimento.
Muitas das infografias que existem contam uma história, têm um fluxo, uma narrativa, um começar aqui e acabar acolá, uma entrada e uma saída.

Animar alguns destes objectos, pode parecer, num primeiro instante, apenas um enfeite que não contribui para o que se pretende. Inclusivamente pode parecer a alguns uma pura perda de tempo. Mas eu acho que não é e sugiro uma reflexão sobre a infografia que acompanha este post:

- Biocombustíveis: como se produz o etanol de milho

Imaginemos que não existe NENHUMA animação (que foi o que aconteceu durante 2 dias, por questões técnicas, ou seja, seguir uma política de lançar primeiro a informação - desde que não seja errada, e melhorar depois. O que me continua a parecer uma estratégia correcta).
Primeiro, e seguramente, teria de acrescentar setas que explicassem o(s) fluxo(s) do que estava a acontecer. E por onde é que se começava a ver? Pelo centro da imagem? Ou seria o nosso olhar atraído pela cor mais forte, ou a mancha gráfica mais sugestiva?

Há clara vantagem em não ter de explicar como funcionam as coisas recorrendo ao uso de setas direccionais. Ganha-se tempo nesta fase.

Outro argumento óbvio é o de introduzir uma narrativa que obriga o leitor da imagem a seguir os passos de um objecto. Claro que o olhar do leitor pode passear por todo o processo mas o factor tempo (animação) obriga a uma sequência que fornece, pelo menos, uma leitura dirigida.

É também mais apelativo e obriga a um olhar mais demorado. Inclusivamente até pelo seu aspecto lúdico, já que não nos importamos em demorar-mo-nos em alguns pormenores repetitivos - e ver outra vez. Pelo menos comigo isso acontece.

Esta infografia teve alguns problemas na adaptação para a edição impressa do PÚBLICO:
- Foi pensada, desde início, exclusivamente para a web. Ou seja, algumas coisas, para poupar tempo, foram desenhadas directamente no Flash.
- Não foi deixado espaço para setas. O que obrigava ao desmontar da infografia.
- Não foi feito pela mesma pessoa. O que nem sempre é mau mas há assuntos complexos que precisam de mais tempo de trabalho.
- O tempo, sempre o pouco tempo que há para se poder fazer melhor...


Info do etanol na versão da edição impressa

Mas continuamos a fazer e a aprender. Afinal, como gosto de dizer, o melhor trabalho de infografia que já fiz, é sempre o último.

4 comentários:

Unknown disse...

Muito interessante o teu comentario mario, mas posta ai a versao do jornal para podermos comparar. Abraços!

Mário Cameira disse...

Foi acrescentada a versão da edição impressa.
Abraço,
MC

Unknown disse...

Parece-me bem Mário ;)

A minha única observação empírica é no uso do preto para os círculos numéricos da acção, perdem-se um pouco na infografia mas também percebo que é a linha gráfica do público...

Inconstante disse...

olha a interação entre o offline e o online aqui ainda é difícil (Brasil), mas já tive experiências de produzir um gráfico junto com o offline e o trabalho também ficou muito bom.

abs
=D